Estou aqui de volta depois de algum tempo distante do blog e pra falar de um assunto que não sai da cabeça de todos e o assunto do momento COVID 19
Na última semana o Governador começou a falar sobre permitir a flexibilização das atividades no comércio. Ontem dia 1º de maio dia bonito, o sol marcou presença, as praias cheias, cheias de aglomerações, esportes ao ar livre também em aglomerações. É triste ver mas esse assunto se tornou ideológico apesar da gravidade que ele guarda. Alguns ainda ficam se perguntando: É verdade? Já da pra ir pra rua gente? Já pode fazer o que quiser e acabar com isolamento social? É este o momento?
Eu gostaria de partilhar uma preocupação. Todo o esforço realizado até agora no sentido de fazer um isolamento social e evitar a propagação da doença, evitando o contágio da população, dando para o gestor público o tempo para que melhore a capacidade de absorção nos hospitais, valeu a pena? Pouco foi feito nesse sentido e o número de leitos não teve aumento significativo. O número de leitos necessários para esse enfrentamento será muito superior ao número de leitos disponíveis, e que em vários momentos nas últimas semanas o estado precisou lançar mão de planos de contingência, seria esse o momento de abrir.
Gostaria que você olhasse apenas para os números. Sem paixões políticas. O Brasil Já é o 10º país em número de casos da COVID 19. O 8º país em número de mortes e pasmem já é o 3º país em novos casos . Vou repetir: O Brasil já é o terceiro caso em número de novos casos.
Mas aqui preciso salientar uma coisa. Apesar do Brasil ser 3º em número de casos novos, cerca de 6 a 6,5 mil por dia, perdendo para os EUA (cerca de 8 mil) e para a Rússia(9mil) esses países testam sua população num ritmo muito superior ao Brasil. Os EUA realizaram mais de 20 mil testes por milhão de habitantes a Rússia mais de 25 mil testes por milhão de habitantes. O Brasil chega a ser ridículo com pouco mais de 1.500 testes por milhão de habitantes. Entre os 20 países com mais casos de COVID 19 só testamos mais que a Índia. Perdemos de longe para nossos vizinhos PERU e EQUADOR. O Estado do Espírito Santo que testa mais que a média nacional não chega a 10% do Equador e pouco mais de 10% do Peru. Com certeza estamos muito a frente dessa posição de 10º em número de casos.
No ES já temos um dado muito preocupante. Nossa curva de mortalidade supera em muito a curva nacional e de estados como SP. Se você consegue entrar na UTI mesmo sendo uma pessoa jovem, tem chances menores de sair de lá com vida. Até a última 6ª feira 32 % dos pacientes que deram entrada num hospital morreram no dia zero. No dia da admissão! A média de idade não condiz com a da Itália. Isso é muito preocupante. Os pacientes entram tarde na UTI por não haver disponibilidade de leitos. Além disso ter um AVC ou Infarto nesse momento faz o atendimento ser bem complicado. Diagnóstico tardio, socorro idem. Em doenças que são tempo dependentes é um desastre.
Sem testar não saberemos o que vai acontecer. O jogo já começou, as cartas estão dadas e o colapso mais próximo que imaginam. Uma coisa é certa: A trajetória mostra um desfecho muito ruim. Não dá pra imaginar de forma alguma que seremos diferentes de outros países que passaram por isso como a Itália com a França como Espanha ou os Estados Unidos. Portanto nós teremos uma crise sanitária sem precedentes o isolamento social foi importante até esse momento para desacelerar o contágio. Contudo agora que o isolamento social começa enfraquecer teremos um problema muito, mas muito mais sério. Nosso apelo: CONTINUEM EM CASA!