De vez em quando somos surpreendidos com noticiário de alguém que passou mal ou até mesmo morreu durante uma atividade física. Quando isso ocorre todos ficam assustados e ficam se perguntando como fazer para se precaver de uma situação dessas.
Esse tema sempre gera polêmica entre médicos e profissionais de educação física. De um lado os médicos defendem a necessidade de saber se existe algum problema de saúde subjacente que possa ser agravado com a atividade física e de outro os profissionais de educação física que querem que as pessoas iniciem rapidamente suas atividades.
QUAL O RISCO DE EXERCITAR SEM UM CHECK UP?
Em países desenvolvidos basta que você escreva que conhece os riscos assuma a responsabilidade por eles. Contudo por aqui as garantias não são tão simples. Mesmo que você conheça e aceite o risco o profissional de educação física e o estabelecimento ficam sujeitos à interpretação da justiça que nem sempre é o que a lei garante. O Professor Vitor Matsuda, do Celafisics de São Caetano do Sul e idealizador do Programa Agita São Paulo, costuma dizer que os benefícios da atividade física são tão grandes que superam os riscos.
Mas o que é que a ciência diz? Primeiro precisamos separar o joio do trigo. Qual atividade física pretendida e qual a condição prévia da pessoa são perguntas que precisamos responder. O simplificado PAR Q pode não te dar as respostas para estratificar adequadamente quem deve ser ou não submetido a uma avaliação médica prévia. O Colégio Americano (ACSM) é bem claro em afirmar que indivíduos jovens e saudáveis sem qualquer risco que irão praticar atividade física para lazer não necessitam de avaliação mais detalhada. Contudo quando falamos de exercício de alta intensidade a situação muda de figura. Veja que não há mais aqui a figura apenas do atleta de alto rendimento. Muitas pessoas comuns treinam em intensidades extremamente elevadas hoje em dia. Nesses casos qualquer check up antes de começar uma atividade física deve conter no mínimo um Eletrocardiograma de repouso (ECG). Em casos de pessoas bem treinadas, a Sociedade Europeia de Cardiologia chama a atenção pela necessidade de ser um profissional com experiência, já que são comuns as alterações no ECG de repouso deste grupo de pessoas.
No caso daqueles praticantes de meia idade temos uma mudança importante na conduta. É importante conhecer o risco cardiovascular prévio da pessoa. Para isso são necessários alguns exames. Dado o risco de um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) após 45 anos para o homem e após a menopausa para mulheres, indivíduos de risco moderado e alto poderão se beneficiar de uma avaliação detalhada que pode incluir um teste ergométrico um ecocardiograma e até uma Tomografia ou Ressonância Nuclear Magnética.
QUAL MELHOR TESTE DE ESFORÇO ANTES DE INICIAR A ATIVIDADE FÍSICA?
Segundo posicionamento de 2016 do American Heart Association, uma medida direta da sua capacidade aeróbica no teste ergométrico cardiopulmonar seria desejável pelo menos uma vez no ano para grupos com alguma queixa de cansaço ou limitação ou de risco elevado para doenças cardíacas. Indivíduos que têm alguma cardiopatia prévia, hipertensão arterial ou que tenham queixa de falta de ar, dor no peito ou mesmo um desconforto mal definido no tórax, deviam procurar uma avaliação médica independente de iniciar ou não atividade física.
Então se você tem algum sintoma ou algum problema de saúde antes de iniciar a atividade física é imprescindível que você consulte um médico para iniciar a prática de atividade física. Se você sente ou sentiu algum sintoma durante a atividade física é importante que você procure um médico imediatamente. O mais importante é que seu instrutor ou professor faça uma anamnese e uma avaliação física completa e assim ele poderá identificar algum fator de risco que seja indicativo de uma avaliação médica.